Na noite de 13 de novembro de 2024, Brasília foi palco de um atentado terrorista que chocou o país. Francisco Wanderley Luiz foi o responsável pelas explosões que atingiram o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Câmara dos Deputados, bem como, por seu “auto extermínio” após o ataque. Esse episódio não foi apenas um ato de violência, mas um reflexo de um fenômeno maior: a radicalização política alimentada por narrativas extremistas, especialmente as propagadas pelas redes sociais.
Francisco Wanderley, natural de Santa Catarina, havia se mudado para Brasília em julho de 2024 e alugado uma casa em Ceilândia e um trailer no estacionamento ao lado do anexo 4 da Câmara dos Deputados, onde foram encontrados explosivos semelhantes aos usados no ataque. Mensagens trocadas antes do atentado revelaram suas intenções claras de atingir o Ministro Alexandre de Moraes e outras autoridades presentes no local. Ele tentou, sem sucesso, invadir o STF antes de acionar os explosivos. Os artefatos, de fabricação artesanal e alto poder destrutivo, foram detonados na área externa do STF e dentro de seu carro, estacionado ao lado do trailer alugado, na área externa da Câmara dos Deputados.
A Polícia Federal, encarregada da investigação, classifica o caso como um ato terrorista. A análise de seu celular e das mensagens trocadas com familiares e contatos revela que, embora Wanderley tenha agido aparentemente sozinho, ele possuía um histórico de envolvimento com movimentos extremistas. Postagens feitas por ele nas redes sociais indicam que sua radicalização não foi um processo isolado, mas parte de um fenômeno mais amplo de manipulação ideológica. A disseminação de teorias conspiratórias, fake news e as narrativas polarizadoras da extrema direita tiveram um papel central em sua decisão de agir de forma violenta.
Este caso, longe de ser uma simples explosão de ódio, revela como as ideologias extremistas podem moldar indivíduos vulneráveis. Especialistas em comportamento humano e segurança apontam que Francisco não era psicopata, mas alguém facilmente influenciado por um ambiente político polarizado. Sua radicalização é um exemplo claro de como as redes sociais e a desinformação podem ser usadas como ferramentas de manipulação para incitar violência e ódio. Wanderley não agiu por distúrbios psicológicos, mas foi vítima de um contexto em que mentiras e desinformação disseminadas criaram um cenário de “inimigos a combater”. O caso ilustra o perigo de narrativas distorcidas, que não só ameaçam a segurança pública, mas também prejudicam o tecido social e político de uma nação.
Este atentado serve como um alerta para o impacto devastador das fake news e das narrativas extremistas na sociedade. A radicalização não é apenas prejudicial, mas muitas vezes reflete um ambiente ideológico manipulado. À medida que a investigação avança, fica evidente que a ação de Wanderley é apenas um sintoma de uma crise maior, em que a política se mistura com a desinformação, criando um terreno fértil para a disseminação do terror.
Bernardo Ariston